domingo, 10 de abril de 2011

Quer saber?

O que você fez a maior parte da sua vida? Eu procurei incansavelmente  por alguém. Às vezes o coração pede descanso entre uma briga e outra. Às vezes o coração pede sossego entre um alguém e outro alguém. Mas às vezes o coração pede para parar de bater, porque realmente desistiu e não quer mais. O meu estava assim, mais pra lá do que pra cá. Confundindo coisas, amores com aventuras, confundindo camas, errando bocas. Eu andei em círculos esse tempo todo. 

O que você fez a maior parte da sua vida? Eu procurei incansavelmente  por alguém. E eu achei. Achei uma mão quente no meu rosto gelado, achei um ombro que a minha cabeça encaixa perfeitamente, achei um abraço que não deixa partir. É quase um abuso de poder! Um risco tão bom de correr que para eu pensar em pagar pra ver, foi fácil. Dia menos, dia mais, dias não mais normais. Sinto que essas mudanças ficarão em mim, como uma nova forma de amar, de se querer bem, de aceitar. Não é um sonho vão. Eu te encontrei e agora posso dizer, voltei a amar. Amo você.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Minha vez

Eu fui embora, deixei mais que somente você para trás. Fotos, chaves, minha receita secreta de bolo de cenoura, luvas, escova de dentes e agenda. Não precisa trancar a porta, eu fugi, coração na mão a milhão. Agora eu vou viver, vou arder, vou queimar. Quero realmente descobrir o que é sentir. Suas mãos ficaram frias, seu beijo sem gosto e o abraço quase que obrigatório. Quero ser eu, sem compromisso, horário ou pose. Não vou viver esperando um amor novo, não vou cometer os mesmos acertos que cometi com você, eu vou errar, errar até dizer chega. Quero que me abram os olhos, me sacudam pelos ombros, grude meus pés no chão. Quero sonhos possíveis, alcançáveis, na palma da minha mão.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Acordar na sua cama

Não faz assim comigo não, fica aqui, fica mais. Abrir os olhos. Sorrir ao seu lado as dez da manhã. Sentir beijos em cada centímetro quadrado do corpo. Fica uma sensação até o final do dia, falta sua. Saudade do seu calor, dos cabelos da nuca sendo puxados, dos beijos com mãos que seguram o rosto, do sono com braços entrelaçados. E ainda depois da madrugada, você fica em mim o dia todo. A ideia foi sua, e eu nem cogitei dizer não. Entre mapas e planos, braços arrepiados e os lençóis. Sem despertadores, celulares desligados, desaparecidos para o mundo. A janela aberta para um céu azul sem fim, e 40º de amor e suor. Eu sei que você finje passos saindo do quarto, mas que fica me vendo dormir. Eu amo olhar esses olhos que leem essas linhas. Fica comigo até o sol chegar?

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Libertad

NÓS. Tipo de relacionamento que não há telefonema no dia seguinte; não deve-se satisfação pelo final de semana ausente; não há culpa por noites mal dormidas porque nunca dorme-se pensando no que fez ou falou; não há as palavras "perdão" ou "desculpa"; não se demora; não se conta horas; não se chora; não se trai.

Fico e vou. Um comprometimento proibido, é a libido que mexe comigo, que me pega, me leva embora e faz voltar. Porque se fosse diferente, não seria tão bom. É o que me ferve, me embassa, me faz suar e pedir mais, sempre. Fique a vontade e não mude, nunca.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Um mês em Singapura

Há tempos eu venho arrastando essa situação, me importando e vendo tudo pender para o meu lado, me fazendo pensar que a culpa é minha, tão somente minha. E não é. O meu corpo está cansado, a minha mente está cansada e sobretudo o meu coração. Desgastado. Eu não quero mais viver de pedacinhos de amor, do seu amor que me vem de um jeito estranho, pesado, vagaroso, parecendo nem querer chegar. E o pior é saber que você pode dar mais, ou ao menos deveria. Reciprocidade de sentimentos deveria ser lei, penso eu. Vou parar de me culpar por não dar certo, o problema não sou eu. E agora, um mês em Singapura. Mês esse que nos desligará de uma vez. Nos desligará? Infelizmente as vezes o amor resolve se mudar, sem aviso prévio. Talvez isso aconteça lá do outro lado do mundo. Mas como uma pessoa normal eu vou chorar até dormir, acordar com cara de ressaca, uma ressaca moral que logo dará espaço ao sentimento esperado: alívio...reine sobre mim! Não gosto de perder, mas dessa vez parece não mais existir a opção ganhar. Sinto que entrando no avião já começarei a perder, mais e mais. Chegando em Singapura já serei singular.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Cacos

Uma vez eu disse: "Quando uma coisa começa errada, não vai dar certo". Você concordou. De certa forma não começamos errado, mas houve um momento em que nos perdemos, que eu continuei e você parou sem aviso prévio. Isso é errar na metade. Sem despedidas, sem olho no olho. Talvez se tivesse acontecido seria diferente, você, quem sabe, sofreria por um minuto olhando para mim. O meu "porque você está fazendo isso?", poderia ser encarado e respondido de outra maneira. Ou não. E é exatamente nessas perguntas, nessas dúvidas do "e se", que eu sofro tanto. E se eu tivesse feito assim, se eu não tivesse dito tal coisa, será que algo mudaria? Ao mesmo tempo que me questiono, me respondo. "Não, em nada mudaria". Era algo que já aconteceu em você antes de eu ter chego na sua vida, era um espaço já ocupado. Na sua mistura de amar e gostar, juntou tudo numa coisa só e me deu menos de um mês para aproveitar e se iludir, mas é claro, não me disse nada disso. Há diferença de ver alguém que você ama e se importa, sofrer, à alguém que já não te faz sentir nada e que já foi substituída por um novo sorriso. O que dói mais não é a saudade indevida, nem os momentos, nem o próprio sofrimento. É como na música: "O preço que se paga as vezes é alto demais..." Porque as vezes meu amor, o porque na pergunta é separado, mas a resposta que deveria ser JUNTOS, também é separado. Se um dia ler isso, saiba que não há e não haverá vingança, nem se quer um plano dela, mas que muitos outros me pediram para ficar e você foi o único para quem eu mais quis permanecer.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Caso encerrado

"Acho melhor não mais". Você disse, tão frio e decidido. O que fazer quando se é tirado do lugar onde queria ficar, daquela situação que mesmo há pouco tempo fazia tão bem, tão feliz? A impossibilidade de dar certo e vir a ser algo muito maior e completo, era irresistível. Engano meu, problema meu. Agora me vejo cheia de lembranças e um sentimento que não tenho onde por, que não tem culpa pela rejeição, pela troca. Quantas pessoas se veem assim? Com um coração batendo tão firme nas mãos, tão cheio de esperanças cegas. Penso que se tivessem me avisado antes como seria, eu burramente, mas feliz, o faria, tudo absolutamente como fiz. Talvez seja o céu daquele sábado ou aquele filme que tanto amamos, talvez seja o seu carro ou a sua língua, quem sabe o seu abraço e o seu carinho e massagem. Era você, era eu implorando que ficasse, implorando amor. Não quis, deu caso encerrado. Se o melhor remédio é o tempo, me vê uma dose dupla intravenosa por favor.